segunda-feira, 31 de agosto de 2009



"Cidade, City, Cité" de Augusto de Campos


atrocaducapacaustiduplielastifeliferofugahistoriloqualubri
mendimultipliorganiperiodiplastipubliraparecipro
rustisagasimplitenaveloveravivaunivoracidade
city
cité


*Fica aí o desafio para quem não conhece: decifrar o caos todo do poema e achar a estrutura organizada...


Aliteração: Repetição de consoantes ou de sílabas semelhantes em duas (ou mais) palavras dentro de um mesmo verso, estrofe ou de uma frase.

Exemplos no poema: atrocadocapacausti; feliferofuga; veloveravivaunivoracidade


Assonância: Repetição de sons vocálicos (relacionado às vogais) semelhantes, posicionadas na sílaba tônica, dentro da estrutura de um verso, uma estrofe ou uma frase.

Exemplos do poema: atrocaducapacausti; mendimultipliorganiperiodi

(obs: acredito que nesse caso das assonâncias, as sílabas tônicas podem variar, devido a disposição gráfica do poema..)


Clipcidade:

Vídeocidade:



*Temos ainda um poema feito por um dos grilos...quem será?


A MORTE DE UM NOBRE


COR
po
tado no
ação
re sangue
azul

Beijos,
Lili


domingo, 30 de agosto de 2009

Encontro Atípico.

Mais um domingo de manhã, desta vez lindo e de sol, ideal para as grilagens que estavam por vir...

Eu na sequência de várias noites mal dormidas, aquela gripe dobrando a esquina esperando mais um descuido pra chegar, espartanamente obedeci ao despertador e lá fui divagar sobre que contribuições trazer pra nossa prática matutina. Como sempre o tempo parece que foi me esmagando e o café da manha junto com algumas últimas audições pro encontro sobraram para o carro, a Anchieta vem se mostrando um espaço de estudo e desjejum interessante.

Fui direto para o espaço. Depois de alguns percalços no ponto de encontro onde a paciência Jedi de Ronaldo foi testada às últimas consequências, o grupo inteiro chegou e começamos a trabalhar.

Inteiro é maneira de dizer, estávamos em 6 pessoas, mas para nossa surpresa o trabalho veio a mostrar que se três é demais, seis é mais do que se imagina.

Pra começar a Aninha se voluntariou a conduzir um trabalho corporal em dupla que foi nossa chegada, parece que por estar em menor número ela quis mostrar o quanto podíamos nos apoiar uns nos outros (literalmente).

Em seguida propus um aquecimento vocal, que envolvendo corpo e voz foi se desenvolvendo e crescendo, passando por diálogos sonoros/corporais cada vez mais musicais até chegar num climax improvisatório muito bom. Depois retomamos o "Xote"do Gil (que pra mim tem tudo a ver com domingo de manhã no Pe. Leo) e aprendemos mais um pedaço.

Ronaldo deu prosseguimento com a "lição" do encontro passado (ele ficou de mandar um e-mail relembrando e re-explicando a lição). A Raquel mostrou o que tinha feito e Ronaldo conduziu a leitura deste material de várias maneiras muito esclarecedoras. Além da metodologia que todos já vivenciaram ele ainda usou a revolucionária técnica "Adoleta - le petit, le petat". Mesmo pra mim, que já estou careca de ler ritmo, foi muito bom e divertido, acho que pra quem nunca estudou isso ficou claro que o caminho pra compreenssão efetiva da subdivisão é simples quando se passa por este processo, ou seja, é só fazer o que o Ronaldo pedir que aprende a bagaça!

A Lili seguiu e apesar de estrear com casa vazia, deixou o público totalmente envolvido. Nos apresentou um poema concreto de Augusto de Campos que primeiro "deciframos" como quem tinha descoberto a pólvora e depois começamos a investigar sua sonoridade. Lendo todos ao mesmo tempo, cada um de um jeito, o caos implícito no texto pareceu se materializar; lendo todos juntos no mesmo ritmo, as possibilidades rítmicas se mostraram; fomos além e terminamos cantando o texto com os dois graus da escala que temos trabalhado enquanto acentuávamos as aliterações e assonâncias que a Lilian nos ensinou a identificar. Ou seja, a prática rítmica e melódica que temos desenvolvido convergiu perfeitamente na proposta trazida pela Lilian. Isto me sugeriu uma colocação que levantei ali como já tinha feito em outros encontros e levanto novamente aqui: pra mim a natureza do nosso trabalho tem a ver com a conjunção das nossas experiências e vivências aplicadas à relação com o texto. É responsabilidade de cada um dentro de suas possibilidades encontrar/construir este caminho.

Enfim, foi um encontro muito interessante onde 4 membros diferentes conduziram propostas. Meu ideal é que cheguemos a um grupo onde muitos propõe e cujo processo envolva sempre prática corporal, música, dança e poesia conjugadas da maneira que acharmos mais interessante. Já estamos nos configurando desta forma na medida que eu venho me responsabilizando pelo trabalho vocal musical, o Ronaldo pelo trabalho rítmico, a Paula e a Ana Luiza pelo trabalho corporal e de voz, a Lilian e a Raíça pela questão do texto, a Ana Célia pode introduzir danças populares (que aliás quase todo o grupo vivenciou nas oficinas da Juliana e Alício) e quem mais quiser se encaixar. Proponho que fixemos isto pra que cada um pense, planeje e se responsabilize por conduzir suas propostas de forma coerente, deixando trabalhos para fazermos durante os intervalos de 15 dias que temos mantido entre os encontros. Eu me proponho a centralizar isso simplesmente pra organizar mais ou menos o que acontece quando.

O que acham...?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Continuação - Lenine

O contra o encontro a contração
A era o eros a erosão
A fera a fúria o furacão
O COMO O COSMO A COMUNHÃO
A comunhão

O pré a prece a procissão
O pós o póstumo a possessão
A cor a corte a curtição
Amor a morte a continuação
A continuação


Amanda Martins

segunda-feira, 6 de julho de 2009

FRASES 05 de Julho

"Enquanto isso, Deus que afinal é clemente"
"O como o cosmo a comunhão"
"Nos seus olhos eu suponho
que o Sol num dourado sonho
vai claridade buscar"
"Saudades, só portugeses conseguem sentí-las bem."
"Semeando as canções no vento"
"Um quintal e uma janela
para ver o Sol nascer"
"Urubu é vila alta
mais idosa do sertão
padroeira, minha vida.
vim de lá, volto mais não...
vim de lá volta mais não?..."
"A água não morre"
"Então, se a criança muda a função de um verbo, ele delira."
"Compreendeu que um destino não é melhor que outro, mas que todo homem deve acatar o que traz conigo."

sábado, 4 de julho de 2009

A Rua dos Cataventos VII

Recordo ainda... E nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luza tão mansa
Que me deixavam sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...

Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...

Estrada afora após segui... Mas, ai,
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai:

Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai...
Que envelheceu, um dia, de repente!...

Mario Quintana

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Casinha Branca

"Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher
Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer"

Gilson / Joran

Ronaldo

terça-feira, 23 de junho de 2009

SAUDADES

"Saudades, só portugueses
conseguem senti-las bem.
Porque têm essa palavra
para dizer que as têm."
Fernando Pessoa

Marina Fossa