sábado, 20 de junho de 2009

Canção de Siruiz

Urubú é vila alta,
mais idosa do sertão:
padroeira, minha vida -
vim de lá, volto mais não...
Vim de lá, volto mais não?...

Corro os dias nesses verdes,
meu boi mocho baetão:
burití - água azulada,
carnaúba - sal do chão...

Remanso de rio largo,
viola da solidão:
quando vou p'ra dar batalha,
convido meu coração...

Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa

Entoada por uma jagunço no meio da madrugada, na Canção de Siruiz há todo o enredo do grande sertão (ser/tão) e surge como uma espécie de oráculo, representando a dupla origem do encontro com as letras (poesia) e com a guerra, antecipando os encontros na vida de Riobaldo.

Raíça

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